Um mês após o início do ano lectivo ainda há alunos que não têm os manuais escolares adotados pelas suas escolas devido a alegadas dificuldades na impressão e distribuição destes livros, confirmou a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) em respostas ao jornal PÚBLICO.
“Os casos que ainda subsistem serão já em menor número, pelo que acreditamos que todo este exigente processo, feito em circunstâncias excepcionalmente adversas, estará concluído muito em breve”, garante a APEL.
Num comunicado datado de 18 de Agosto, a APEL já tinha alertado para a eventualidade de se registarem atrasos na disponibilização dos manuais escolares. “Infelizmente, confirmaram-se os receios. O facto de o ano lectivo passado ter sido prolongado em duas semanas, devido aos constrangimentos provocados pela pandemia, atrasou a emissão dos vouchers (que aconteceu entre meados e final de Agosto, em vez de ocorrer ainda em Julho, como nos anos anteriores), deixando assim um escasso período de tempo para a impressão e distribuição dos livros escolares”, refere agora a associação.
No seu comunicado de 18 de Agosto, a APEL destacava precisamente a demora no processo de reutilização dos manuais que, segundo o Ministério da Educação, teve uma taxa de cerca de 70%. Em causa, segundo aquela associação, estão os livros do 5.º, 6.º, 8.º, 9.º, 11.º e 12.º anos.
No 1.º ciclo, estes livros não são devolvidos às escolas. E no 7.º e 10.º ano foram adotados novos manuais a todas as disciplinas à excepção de Matemática, pelo que a sua impressão não ficou dependente do balanço apresentado pelas escolas.
Segundo a APEL, tanto os manuais do 1.º ciclo, como os do 7.º e 10.º ano estavam já em Agosto nas livrarias. Faltavam todos os outros: “Apesar dos sucessivos apelos, os editores continuam a aguardar da parte do Ministério da Educação a informação quanto ao número de vouchers que emitirá para cada manual escolar daqueles anos de escolaridade, aspecto essencial para que se possa adjudicar a respectiva produção às gráficas e, depois, assegurar a distribuição pelo país”, alertava então a associação.
Que reforça agora o seguinte: “Imprimir os livros e distribuí-los por todo o país, chegando a mais de 600 mil famílias através de milhares de pontos de venda, é um processo logístico extremamente complexo que requer mais tempo do que as duas a três semanas que as editoras dispuseram este ano.” Nos últimos 3 anos têm havido atrasos significativos na entrega de manuais por parte das editoras que se têm queixado de falta de informação por parte do Ministério e da Plataforma Mega de quantos vouchers para livros novos serão emitidos. No ano lectivo de 2020/2021, em que, devido à pandemia, foi decidido no final do ano que todos os livros seriam novos (e portanto teriam direito a Voucher) as editoras argumentaram que essa decisão foi inesperada e tomada já demasiado próximo do Verão para ter todos os manuais produzidos atempadamente.